Nossa vida na Eternidade?
Ao longo da vida, seja por influência da cultura, dos filmes e, principalmente da religião, nós colecionamos ideias erradas sobre a eternidade. Na maioria das vezes, imaginamos a eternidade apenas como um lugar de descanso e, consequentemente, sem muita coisa para se fazer.
Mas será que este é conceito bíblico sobre a Eternidade? Será que o homem já conseguiu retratar pelo menos de forma aproximada aquilo que nos espera após a morte?
A verdade é que qualquer relato, ideia ou representação feita pelo homem, certamente continuará sendo muito inferior ao que a Bíblia nos revela sobre a Eternidade.
E a razão pela qual nós podemos refletir sobre a vida eterna de forma segura, é que através de Jesus Cristo, algo que estava oculto aos homens, foi revelado (Jo 3.12-13, Ef 3.2-6). E hoje, pela ação do Espírito Santo, é possível olhar para as Escrituras e compreender essa revelação (1Co 2.7-12, Dt 29.29).
Como seremos na Eternidade?
Jesus Cristo não só anunciou o Reino dos céus (Mt 4.17) através de profecias e parábolas, como Ele mesmo se tornou a maior revelação bíblica sobre a Eternidade (Jo 17.3, 1Jo 5.11-12). Por meio da sua ressurreição (At 1.3), nós podemos conhecer a melhor como será nosso corpo, o nosso entendimento, e os nossos sentimentos no Reino dos céus (Rm 6.5).
1. O nosso corpo
A Bíblia diz que nós seremos semelhantes a Jesus Cristo (1Jo 3.2-3), e que, assim como Ele, também teremos nosso corpo glorificado (Fp 3.20-21), ou seja, um corpo que não se cansa, não sente dor, não envelhece e não morre (1Co 15.48-53).
O corpo glorificado é tão superior ao que nós temos hoje, que a Bíblia ilustra essa diferença dizendo que nosso corpo terrestre seria como uma simples semente, enquanto o corpo celestial seria como uma árvore (1Co 15.35-44).
Sendo assim, esse novo corpo pode assumir características humanas, sem ser limitado por elas. Jesus se manifestou em diferentes formas após sua ressurreição (Mc 16.12, Jo 21.12), às vezes sendo reconhecido (Mc 16.9-10, Lc 24.30-31, Mt 28.9-10), às vezes não (Lc 24.15-16, Jo 21.4).
Outro aspecto impressionante desse corpo é a forma como ele se desloca de um lugar para o outro. Jesus simplesmente desapareceu da presença de dois discípulos (Lc 24.31) e, pouco tempo depois, apareceu dentro de uma sala que estava com as portas trancadas (Lc 24.36, Jo 20.19,26).
Jesus inclusive pediu para que seus discípulos o tocassem e comprovassem que não se tratava de um espírito, mas de um ser de carne e osso (Lc 24.38-39). Jesus comeu e bebeu com os discípulos depois que ressuscitou dentre os mortos (At 10.40-41, Lc 24.42-43).
Resumindo, tudo indica que, assim como Jesus, teremos um corpo físico que não é sujeito ao tempo, pois não se desgasta e nem envelhece; que não é sujeito à matéria, pois pode tanto atravessar uma parede como encostar nela; e que não é sujeito ao espaço, pois pode se deslocar de um lugar para o outro independente da distância.
Poderemos comer, andar e respirar, sem depender de alimento, gravidade ou oxigênio (1Co 15.47). Dá para se imaginar como será ter um corpo assim?
2. O nosso entendimento
E o que a Bíblia diz sobre o nosso nível de conhecimento e de consciência na eternidade? Será que reconheceremos uns aos outros?
Bom, apesar da Bíblia dizer em Isaías que não haverá lembrança das coisas passadas, e nem memória delas (Is 65.17), o contexto indica se tratar de angústias, tristezas e sofrimentos (Is 65.16), e não de tudo que foi construído em nossa memória.
Afinal, pelo que a Bíblia diz e pelo que observamos em Jesus, seremos perfeitos em unidade com Deus (Jo 17.22-24), mas continuaremos possuindo uma personalidade e uma identidade própria, tendo plena consciência de quem somos e de quem são as outras pessoas (Mt 8.11, Jo 14.1-3, Mt 26.29).
E o mais impressionante é que a Bíblia diz que nós conheceremos plenamente como somos plenamente conhecidos (1Co 13.12), ou seja, conheceremos a Deus da mesma forma como Deus nos conhece (Sl 139.1-2). Será que é possível mensurar de que nível de entendimento nós estamos falando? (1Co 2.16)
3. Os nossos sentimentos
Mas, e quanto aos nossos sentimentos, será que teremos vontades, anseios e emoções na eternidade?
Bem, se a Bíblia descreve o céu como um lugar de prazer e alegria eterna (Sl 16.11, Mt 25.23, Lc 15.10), é obvio que sim. Aliás, aqui nós cansamos da rotina e enjoamos das coisas (Pv 23.5), mas na eternidade não existe nada disso, é como experimentar algo novo e bom a todo momento (Ap 21.5).
Não há absolutamente nada que nós possamos vivenciar aqui na terra, que seja superior, ou chegue até mesmo perto do que haverá na eternidade (2Co 12.1-4).
Pense no maior prazer que você já experimentou na vida, seja através do dinheiro, do sexo ou das drogas. Pense em quanto tempo durou essa sensação? Talvez um dia, um minuto, uma hora? O Reino dos céus é como desfrutar de uma sensação infinitamente superior, sem intervalo, por toda eternidade (Ef 3.20, Rm 8.18).
O que faremos na Eternidade?
Agora, algo que com certeza vai nos surpreender de forma absurda, será aquilo que faremos na eternidade. A começar pelo fato, de que a Bíblia descreve um período em que nós reinaremos com Cristo (2Tm 2.12, Ap 5.10, Ap 20.4-6).
E julgando pelo corpo e pelo entendimento que teremos, as possibilidades são realmente enormes. Mas, pensando nisso, será que teremos a mesma capacidade na Vida Eterna? Desempenhando as mesmas funções e tendo as mesmas responsabilidades? Bom, de acordo com a Bíblia resposta mais provável é não!
Jesus disse que retribuirá a cada um de acordo com o que fez (Ap 22.12), que haverá aquele que será considerado grande no Reino dos céus (Mt 5.19), que alguns irão assumir responsabilidades maiores do que outros (Lc 19.16-19) e, por fim, nos ensinou que boas obras aqui, acumulam tesouros na eternidade (Mt 19.21, Lc 12.33, Mt 6.19-20).
Galardão
A Bíblia chama isso de galardão (Mt 5.12, 1Co 3.14), a palavra grega é misthos, e pode ser traduzida como valor pago pelo trabalho, salário ou recompensa. A salvação é pela graça, independente das obras (Ef 2.8-9). Mas o galardão será fruto do nosso trabalho para o Reino (1Co 3.8, 1Co 3.11-15), nós seremos recompensados pela realização das obras que Deus preparou para cada um de nós (2Co 5.10, Ef 2.10).
O galardão pode tanto estar relacionado ao que Deus irá compartilhar de sua própria natureza, quanto à posições de autoridade e responsabilidade sobre aquilo que Ele criou e ainda irá criar no Universo (Mt 25.14-30, Ap 2.26, Ap 3.21, Lc 19.11-27).
E, ao contrário do que se possa pensar, não haverá nenhum sentimento de inveja por aquilo que outros receberão, ou até mesmo de tristeza, por causa daqueles que não serão salvos (Ap 21.4). E a razão disso é que estaremos plenamente satisfeitos, ao ver que Deus foi perfeitamente justo (Dt 32.4, 2Pe 3.13).
Expectativa versus realidade
Apesar de todas estas possibilidades parecerem incríveis e extraordinárias, é preciso que fique muito claro de que ainda sim, estamos imaginando algo infinitamente inferior ao que de fato iremos encontrar na eternidade (Is 64.4, Sl 145.3, Sl 147.5, Rm 11.33).
Se para as coisas aqui na da Terra, nossa expectativa é quase sempre maior do que a realidade (Ec 2.10-11, Ec 5.10), na Eternidade será o contrário.
A Bíblia diz que “O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.” Mt 13.44 (NVI).
Que tipo de renúncia seria grande demais, quando temos certeza e prova daquilo que nos espera ? (Hb 11.1). É possível continuar vivendo no pecado, sabendo que ele nos mantém longe de tudo isso ? (Rm 6.1-11, Mc 8.36-37)
Afinal, assim como existe a eternidade com Deus, também existe a eternidade sem Deus (2Ts 1.9), também conhecida como segunda morte (Ap 21.8) ou tormento eterno (Mt 25.46, Dn 12.2), algo que nós explicamos no vídeo sobre o Inferno.
Quando nos arrependemos dos pecados (At 17.30-31) e entregamos nossa vida à Jesus Cristo (Rm 10.9-10), nós somos perdoamos por Deus (Cl 2.13), purificados do pecado (1Jo 1.7), salvos da condenação no inferno (Jo 3.18) e nos tornamos herdeiros da vida eterna no Reino dos céus (Jo 1.12, Jo 3.36, Tt 3.7).
Agora, muito do como será nossa vida na eternidade, depende do que iremos fazer a partir hoje (Ec 12.13-14, 1Co 15.58).